*Escalada do Monte Roraima leva a quase três mil metros de altitude.
Nossos repórteres chegam ao topo da montanha que se levanta entre três países: Brasil, Venezuela e Guiana. Uma montanha que em seu ponto mais alto não tem um cume, mas uma gigantesca área plana de 90 quilômetros quadrados.
Lá encontramos jardins exuberantes, crateras inexplicáveis, galerias subterrâneas, formações rochosas surpreendentes.
Desafiador, enigmático, o Roraima é mesmo um mundo perdido. A montanha misteriosa da fronteira.
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Uma aventura por um dos lugares com natureza mais preservada do planeta, de difícil acesso. É na fronteira do Brasil com a Venezuela. Esse lugar tem dois bilhões de anos e se chama Monte Roraima. O Monte Roraima tem o formato de mesa. Uma enorme chapada que na região chamam de Tepui. Chegar lá em cima, a 2.734 metros de altitude, requer coragem, determinação e muito planejamento. 80% do monte estão na Venezuela. Quinze, na Guiana. E apenas 5% ficam no Brasil.
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Chegar pelo nosso lado do monte é muito difícil para leigos. E nisso somos apenas aprendizes. A parte da Guiana, pior ainda. É um enorme paredão. Só três brasileiros ousaram subir por ali. Foi em 2010. “As equipes estão sozinhas, não há possibilidade de resgate. Quer dizer, você está por conta. Uma vez você começando a escalada, você tem que terminar lá no topo da montanha para conseguir sair. Senão você vai ficar prisioneiro da parede. Nós ficamos 12 dias pendurados, vivendo na vertical, com escorpiões, com bichos que a gente nem sabe o nome. Psicologicamente é bastante difícil”, conta o montanhista Eliseu Frechou.
“Desses 12 dias, cinco dias nós ficamos parados sem poder nem ascender nem retornar por conta de uma tempestade que pegou a gente de surpresa”, declara Marcio Bruno Oliveira, montanhista. “O Roraima tem uma coisa muito especial. A natureza simplesmente como ela é. Ela é agressiva e ao mesmo tempo é linda, maravilhosa, sui generis”, ressalta o montanhista Fernando Leal. Sem experiência em escaladas de risco e com o equipamento pesado de gravação, optamos por pegar o território venezuelano, partindo de Boa Vista pela BR-174.
Muitos brasileiros passam por aqui, principalmente no verão, para curtir praia no Caribe venezuelano. Mas uma fila enorme não é de turistas não. Os motoristas vão em busca de economia. Os postos de combustíveis da cidade de Santa Elena de Uiarén vendem gasolina bem barata. O equivalente a R$ 0,40 por litro para estrangeiros, R$ 0,01 para os nativos. Chega a dar inveja. Bem diferente é também o fuso horário do país. Na fronteira, quando a gente deixa o Brasil e entra na Venezuela, a primeira coisa a fazer é acertar o relógio. A diferença de fuso é de apenas meia hora em relação ao horário de Roraima.
A estrada é longa, mas estamos a poucas horas do nosso destino. Um lugar desafiador, instigante, misterioso. Até parece que o tempo parou. As rochas guardam dois bilhões de anos de história. São tantas rochas, tantas crateras, que até parece a lua. O visitante fica tão inebriado que é fácil dar asas à imaginação. Frente a frente, uma galinha e um gorila chupando um picolé. Outra rocha parece um dinossauro.
Para que nossa expedição seja possível, nos acompanham durante todos esses dias cerca de 25 carregadores chamados de porteadores. Todos eles são da etnia Taurepang, que vive bem perto do Monte Roraima. A atividade de carregar a bagagem dos visitantes é a principal fonte de renda da comunidade. Eles fazem isso há cerca de 30 anos. Os índios levam nas costas o jamanchim, um cesto comprido que nos dá a impressão de não ter fundo, de tanta coisa que cabe lá dentro. Barracas de camping, panelas, mantimentos...
Ao longo da caminhada a gente vai encontrando com gente que está voltando do monte.
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Fonte: Canal G Entretenimentos / Desentupidora Porto Alegre / Globo Reporte
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Curiosidades
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